Entrevista
Falos & Stercus 05/03/2014
Participantes:
Fábio
Sabão
Fábio
Cunha
Luis
Marasca
Marcelo
Restori da Cunha
Sabão:
Aqui é a nossa sala de ensaio. Eu tenho fotos históricas da sala, desde o pior
estado. E agora nós temos um piso sensacional. Tem os ventiladores. O fomento
nos deu uma ajuda no...
Giancarlo:
Um upgrade.
Sabão:
Um upgrade que faz toda a diferença. Um chãozinho de tatame. No inverno a gente
tem uma estufinha também, uma estufinha legal, no verão tem ventilador. Então
influencia o resultado do trabalho com certeza. Tu consegue estar mais entregue
pro trabalho. Pra rolar, deitar, no tatame é melhor, não se quebra.
Entrevista
com Fabio Cunha
Giancarlo:
Fábio, quero que tu me mostre o espaço e vá falando sobre ele.
Fábio:
Aqui é o espaço do Luís Marasca, nosso cenógrafo do Falos & Stercus.
Giancarlo:
Tem que falar teu nome completo, pra autorização de imagem.
Fábio:
Meu nome é Fábio Cunha, sou ator do grupo Falos & Stercus, estamos no
espaço que é ocupado pelo Falos & Stercus no Hospital Psiquiátrico São Pedro
desde 2000. Aqui esse espaço é o ateliê do Luís Marasca, artista plástico,
cenógrafo não só do Falos, mas de vários grupos, premiadíssimo e aqui ele
desenvolve o trabalho dele. Então seguiremos. Essa é a Lia, assistente do Luís
Marasca. Aqui a gente guarda alguns cenários, materiais. A ideia era tirar umas
paredes daí e transformar numa única sala pra poder fazer cenários maiores.
Aqui ó. Essa aqui é a nossa sala de reuniões, onde a gente se reúne e decide
coisas, faz as reuniões de produção. Aqui nós temos as obras do Luís Marasca
pra decorar o nosso espaço. Parte técnica, onde a gente guarda nosso material
de luz, som, rapel, todo nosso material. Tá tudo escondidinho: o som, caixas de
som, material de rapel, material de luz, cabos novos, enfim...
Giancarlo:
Depósito da parte técnica.
Fábio:
O material que tá aqui fora é o material do Despedida,
que a gente vai viajar pra Bahia e Ceará pela Petrobrás. Algumas salas que a
gente guarda alguns materiais, enfim. E outras pessoas ocupam aqui, tem dois
grupos que estão trabalhando aqui, um é Ondina e Tufone o outro é um pessoal
novo que tá desenvolvendo um trabalho.
Aqui
é a salinha do Marasca, onde ele guarda o equipamento mais valioso dele,
serras, enfim. E aqui estão os últimos cenários dos últimos espetáculos, do Hybris, que era um espetáculo que a
gente fez lá no Hipódromo, e a gente ainda tá aqui com ele, com o material. E
pra cá tem uma parte bem delicada, que é uma árvore que nasceu. A gente isolou.
Ela nasceu na beira ali, lá de baixo, desde o Oigalê, do pessoal embaixo, sobe
e hoje em dia caiu, tá destruindo tudo, dá pra ver bem a ponta. Não estava
assim quando a gente chegou. Devido toda a burocracia, a árvore cresceu e nós
não conseguimos, em tempo hábil, evitar isso. Não por culpa dos grupos que
estão aqui, mas sim pela não comunicação da parte de diretoria, de governo, não
sei bem. Mas a gente tentou, tentou evitar esse problema muitas vezes.
Giancarlo:
Tem noção de tamanho aqui? Vocês chegaram já alguma vez medir?
Fábio:
Já. A gente já mediu mas eu não sei de cabeça. Tem mais duas salas. Uma lá no
fundo que a gente gostaria de transformar num teatrinho e aqui também vai ter
uma sala de ensaio, que tá todo o nosso material, bola de malabares, bastões,
bola de pilates. É ali que a gente faz o nosso preparo e a gente usa uma outra
parte também que é a rua, que são aqueles cabos de aço que estão ali em cima,
com corda, tecido. A gente desenvolve esse trabalho aéreo. A gente usou umas
entradas que já tinham no próprio prédio pra poder estruturar esses cabos,
construímos algumas coisas. E também na briga desse espaço já faz quatorze anos
e acredito que nesse ano é o ano que mais se aproxima a uma ocupação legal
desse espaço. Os grupos que estão aqui, acho que são cinco, né? Junto com o
Governo do Estado, Secretaria da Saúde, Direção do hospício e Secretaria de
Cultura com os grupos. Talvez, hoje é dia cinco de março de 2014, tudo se
realize dia 27 de março de 2014, a gente esteja assinando, os grupos e o
Governo, o contrato de comodato desse espaço e aí sim, acredito que os grupos
vão poder aplicar, reformar, pintar, tentar desenvolver um projeto não só
arquitetônico, do patrimônio material, mas do patrimônio que é o mais valioso
que tem aqui, que é o imaterial.